Tuesday, February 27, 2007

Bestialidades

O pai do Afonso ligou-me hoje, não para saber do filho ou sequer para combinar um fim de semana (não têm conta os que tem a haver), aliás nem uns míseros 10 min sequer, mas sim para se pôr aos gritos comigo.
Desde o final do ano até hoje. Ligou-me.
E porque eu enviei um email a relembrar-lhe do indice de inflação a aplicar na pensão que ele se tinha esquecido para este ano.
Foi o suficiente: curioso como o dinheiro desperta paternalidades repentinas...

"Não vou pagar nem mais um tostão! Podes-me pôr em tribunal que eu não quero saber. Aliás eu é que te ponho a ti, porque quero deixar de pagar. Não vou passar fome e nem ter que vender a casa, nem o carro por causa do Afonso. Tens dificuldades, eu também tenho. No emprego fiquei sem regalias e tiraram-me o prémio. Tenho papéis que comprovam tudo, vou pra tribunal."
Leia-se que ele nunca disse que tinha prémios, nem sequer regalias, estava sempre mal.
Leia-se que vive numa casa de 4 assoalhadas com vista para o Tejo, num condominio com garagem privativa e arrecadação maior que a casa.
Leia-se que conduz um carro desportivo 1.9 TDI de não sei quantos CV e que faz não sei quantos Km/h e que foi novinho a estrear... e estava ele mal.

E disse mal, e ameaçou e negou pagar a pensão e usou da chantagem e usou da má formação e maldade que tem no corpo... e na hora que me propûs falar - a bateria acaba!

Infelizmente, este tipo de homens julga que os filhos vivem do ar. Julga que é só fornicar, pôr ao lume e as galegas que se lixem, com tudo.
Não há um pingo de decência, já para não falar no AMOR pelo filho - essa palavra tabu no jogo dos sentimentos que o dinheiro desperta.
Quantas mais crianças virão ao mundo assim? E se as mães forem iguais... qual é o seu destino?

Perdidos. Bestialmente perdidos.

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