Sunday, October 07, 2007

A Mentira






Porque se mente?

Porque razão não se diz a verdade?


Ele há vários tipos de mentira e vários tipos de pessoas e vários tipos de situações.

Costumam-me falar na mentira misericordiosa, na "mentirinha", na omissão, na calúnia, enfim talvez não percebam, mas tudo desculpas às grandes aldrabonas que as pessoas são... e nem se dão conta, algumas, talvez.


Existem pessoas que já estão tão habituadas a mentir que mentem sem dar conta. Estas são aquelas que não sabem mentir.

Esquecem-se do que já disseram e depois caem na própria teia. Pior quando falam mal dos que mentem.

Razões?

Falta de auto-confiança, agradar aos outros mostrando o que não são na expectativa de criar laços que não conseguem doutra forma, falta de respeito pelo outro.

Acabam por viver uma vida que não existe, apenas na sua cabeça.

Acontece muito entre casais.

Mentem uma coisinha para não criar atritos e no final acabam por se viver numa ilusão e é impossivel a relação dar certo, desta forma.


Existem pessoas que com a mania da boa-vontade, mentem. Acontece muito em situações de um ente querido que está doente e não se quer que saiba a doença/tempo de vida/o que for.

A dita mentira misericordiosa.


Existem as pessoas que mentem compulsivamente, questão já mais do foro da patologia.


Existem pessoas de mau trato e má formação que usam a mentira como calúnia, para denegrir a imagem de outrém, para se sobressairem a elas próprias.

Razões?

Invejas, falta de auto-estima, falta de auto-confiança, rasgos de traumas de infância de exclusão no seio da família, quem sabe mesmo episódios de abandono, também o que anda muito em voga dizer: dificuldade em lidarem com o "não".


Técnicamente muito haverá que dissertar em redor desta questão.

Socialmente e afectivamente basta dizer que é uma pena.

Amizades se perdem, amores se arruinam e tudo em prol da falta de palavra de honra, falta de assumir responsabilidades, falta de caracter, de dignidade, maturidade, em suma: uma forte falta de respeito pelos outros e por si próprio acima de tudo.


Mais uma dessas dos prazeres momentâneos que por uma vez só que te esqueces, te pode arruinar uma carreira, uma amizade, um amor. E não falo de preservativos.


Pensa bem antes de mentires... o problema vai ser sempre teu!




9 comments:

osbandalhos said...

Um tratado! Como não penso bem, antes de mentir, o que não ficaria bonito num comentário sobre tal tese, prefiro a ajuda de quem já deve ter pensado muito, e bem, sobre o assunto. A saber:

Amo-te, e porque te amo, prefiro que me odeies por te dizer a verdade, a que me adores por te contar mentiras. - Pietro Aretino

A verdade é linda, sem dúvida. Mas também o é a mentira. - Ralph Emerson

Não me faças perguntas que eu não te mentirei. Oliver Goldsmith

Até parece mentira, não é mesmo? :)

**** said...

Não é mesmo! (:

À semelhança do Sr Goldsmith, a minha avó costumava dizer: "Não perguntes nunca aquilo que não queiras saber!"

Há pois que ter em conta que saber a verdade, por vezes nos dói mais que viver na perfeita ignorância. Pode até ser.
Eu não concordo.
Prefiro a verdade. Sempre... mesmo que doa.

osbandalhos said...

Mesmo que doa? Estás a falar verdade? :) Gosto destas análises sobre tão profundo tema (mentira, mas faz de conta...)
E que dizer dos que dizem que com a verdade os enganam?
Melhor não dizer (mais) nada :))

**** said...

As relações sejam elas quais forem (entre as pessoas) necessitam de assentar na confiança mútua, na verdade entre elas.
A mentira destrói isso tudo, ou pelo menos, e depende do tipo de relação, diminui a intensidade da ligação.

Se tiveres um amigo que te aldraba a torto e a direito, duvido que lhe confidencies o que quer que seja. Podes até continuar amigo dele, mas já sabes com o que contas.
Mas para ti é bem melhor não saber, né! (:
Pois, paciência, para mim não é assim...

notyet said...

Suponho que faças uma ideia do que eu penso da verdade e da mentira.
Entendo-as como seres vivos, tendo os seus altos e baixos e a natural perda de vigor, lá no fim, não parecendo as mesmas.
O que são na realidade, não sei. Conheço razoavelmente as minhas e aceito que os outros, por vezes, não creiam nelas.
Não há cristalização possivel.
Tens razão no que escreves, muita!
A dor está patente como se escrevesses de chaga aberta.
Em silencio, fico um pouco contigo.

notyet said...

Suponho que faças uma ideia do que eu penso da verdade e da mentira.
Entendo-as como seres vivos, tendo os seus altos e baixos e a natural perda de vigor, lá no fim, não parecendo as mesmas.
O que são na realidade, não sei. Conheço razoavelmente as minhas e aceito que os outros, por vezes, não creiam nelas.
Não há cristalização possivel.
Tens razão no que escreves, muita!
A dor está patente como se escrevesses de chaga aberta.
Em silencio, fico um pouco contigo.

**** said...

Preconceitos, a chaga que em tempos era escancarada, foi acamando em calo de tal forma que hoje nem com azoto líquido ela abre.
O problema é que não deixou sair a mágoa toda e às vezes há sempre quem insista em acordá-la.

notyet said...

Em dias de muito aperto abre os braços e grita, de preferencia entre árvores. Acredita... é repousante.

**** said...

Acredito...