Monday, August 11, 2008

Esta noite




... Marília sonhou que andava há 3 dias de safari pelo Quénia.

Muitas cobras no horizonte e leões também.
Fez festas às girafas e deu de comer a um gorila.

No sonho havia também o namorado, o Dinis.
Estava moreno e os olhos verdes pareciam deslumbrar mais agora naquele tom bronzeado.

Dinis tirou imensas fotos e bebia litros de água, derreado por baixo dos taipais que modestamente faziam sombra aos 50ºC que derretiam a savana. Ainda assim sorria-lhe.

No hotel, a ventoinha do tecto não os refrescava, apenas espalhava o ar quente, o que vinha de fora entrando por todas as frestas do quarto e o que emanava dos seus corpos suados.
Deliciosamente lutavam com a rede dos mosquitos que se lhes entrelaçava pelas pernas sempre que ali se refugiavam para ceder à vontade, à líbido, ao amor que os unia... várias vezes por dia.
Marília vivia o paraíso na selva.

Malas feitas, seguiram viagem para satisfazer outro prazer comum: o windsurf. Ali perto tinham Zanzibar, na Tanzânia - mais que perfeito!

Os ventos quentes queimavam-lhes os corpos que, já bem bronzeados, magnificamente deslizavam nas águas.
Águas cristalinas, límpidas, perfeitas para a prática e para eles.

As praias de areia branca eram o seu refúgio para o refrescante passeio de todas as noites, mão dada, sempre juntos, sempre apaixonados, sempre felizes.

Nestes sonhos não há dores de costas nem de dentes, nem apertos de estomago pelo preço das viagens.
De certo que quem visse Marília a dormir, notaria o sorriso bem generoso na face.

Já acordada pelo malfadado despertador, livre de mosquitos, pó e areia, percebeu que afinal não saíra do seu quarto.

O mesmo que acolhe Dinis, seu marido faz 12 anos e que no vil acto das sextas-feiras à noite, os recebe com todo o conforto.


Poucas palavras proferidas.
O stress matinal nem tempo deu para um beijo de despedida: "- Até logo - qual seja a hora a que venhas esta noite..." de novo.

Marília jurou continuar este sonho - com ou sem Dinis, esta noite.

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