Thursday, September 13, 2007

Histórias de Embalar (Cap. XI)

"- Pedro nunca me iria acreditar!", começou Katya pausadamente, como que tentando controlar o pranto “eu podia ter ligado a pedir ajuda, a contar-lhe tudo. Mas Luis ameaçava-me que incendiaria as vinhas e as Caves e isso seria a ruina de Pedro… tive medo!" disse rendida, começando a soluçar e limpando com a mão livre as lágrimas que desabavam pela cara abaixo.

“ - Ele acreditou naquela historia, no que dizia aquela carta e se assim foi, é porque não me amava, era porque não nos mereciamos” continuou ”portanto, eu nao podia apresentar queixa do seu filho. Afinal ele fez tudo isto por amor à mulher..." continuava em soluços "... e por isso resolvi não fazer nada. Se ao menos o Pedro me amasse assim!…”

Nesse instante Benedita, a bébé, dá sinal e lembra que são horas de se alimentar.
Katya é acompanhada por um dos agentes para uma outra sala, mas antes de sair olha para Cmdt Cardoso e no meio daquele pranto ainda consegue oferecer-lhe um sorriso sem rancor e foi assim que o comandante percebeu que Katya era mesmo um anjo, um anjo ruivo.

Os agentes aguardam impavidos por Cmdt Cardoso que depois de recomposto finalmente lhes diz : " - Preciso sair , Lopes…preciso sair !" e levanta-se meio atordoado. Estupefacto, o amigo pergunta-lhe "- Mas não quer ir falar com o seu filho antes?! "
Cmdt Cardoso diz… "- Obrigado, Lopes, obrigada, mas há coisas que precisam de ser feitas!".

E sai, tomando o rumo de Santarém.

(continua)

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