Wednesday, December 26, 2007

E sobre o Tempo do Amor...



Sempre que vejo um novo romance nascer, faço como o chinês que se senta à porta da sua casa e espera, espera o tempo que for preciso, até que tudo o que ele desejou se lhe atravesse na soleira.

O amor precisa de optimismo e de confiança, de dedicação e de generosidade, de alegria e de prazer, de riso e de entendimento, de cumplicidade e de adversidade, mas precisa sobretudo de tempo.

Tempo suficiente para ser vivido na presença e tempo de ausência quanto baste para ser medido no silêncio de um espaço vazio à mesa e na cama, ao final do dia quando nos apetece um abraço, ou durante os fins de semana em que imaginamos tudo o que poderíamos fazer juntos e estamos separados. Por isso é que é tão bom namorar.

Namorar é tão sensato como assinar um contrato que contempla o período de experiência. Estamos entusiasmados e motivados, o novo é irresistível e queremos dar o nosso melhor. Mas tudo na vida que é consistente e vale a pena leva muito tempo e também dá muito trabalho, por isso o melhor é ter calma e deixar correr até a poeira assentar.

[continua]

2 comments:

osbandalhos said...

O amor não tem nada a ver com romance, nem com tempo.
Amor tem-se pelos filhos. Depois deles, qualquer sentimento pode ter o nome que se lhe quiser dar, mas não amor.
E a vida está aí para no-lo demonstrar :)

**** said...

Podia-te relembrar que o Amor tem muitas faces.
Mas Camões quem foi melhor se aproximou.
Podes ramificar o Amor aos teus filhos, aos teus pais, às tuas plantas, à tua namorada, aos teus chocolates, à tua vida... tudo é Amor.
Com mais ou menos importância.
Com mais ou menos intensidade.
... mas é Amor.
Desculpa-me contradizer-te, é que o saber de experiência feito nem sempre dita verdades.

"São cenas, pá!"