Wednesday, November 26, 2008

PDS

Somos cerca de 6 biliões de pessoas neste planeta.
Nem imagino quantos triliões se falarmos de insectos, reptéis, peixes, moluscos, mamíferos, etc.
Ainda assim podemo-nos sentir sós.

Hoje em dia já não se fala da PDI, nem da PDV, mas sim da PDS = P*ta Da Solidão
A doença do Milénio. Solidão.

Embora se tenha amigos, família, vizinhos, conhecidos, colegas, gente por perto, podemos estar tão sós, como escorpião em pleno Saara.

Porque será? Porque será que cada vez mais gente se queixa da solidão em que vive?

E porque será que cada vez mais gente prefere estar sózinha?

Traumas do passado? Medo? Infância difícil e adolescência incompreendida?
Ou egoísmo? Puro egoísmo!
As pessoas tornaram-se em grande parte, narcisistas, intolerantes, arrogantes ou egoístas.

Não amam. E esse é o maior problema do milénio.

Biliões de gente que se atropela em sarcasmos, ironias, falsidades, interesses materiais e não se amam, não se cuidam, não se ouvem, não se olham, não se preocupam.
Os poucos que sobrevivem a esta maleita não chegam para manter uma linhagem, para garantir um futuro seguro e próspero de bons valores e harmonia.
Prevejo o caos. Apenas porque não há amor!

A Margarida, a tia pedante que detesto ouvir, quando escreve, escreve bem, aliás muito bem.
Não sei o que lhe acontece ao nível do seu foro psicológico ou parassimpático, mas que a actividade da escrita lhe desperta umas hormonas de bom-senso, essa é a verdade.
E ainda bem.

Ela escreve e num dos seus romances lamechas, escreveu assim: "(...) o amor - e também o amor maternal - permite ao ser humano essa excepção de abandonar, ainda que temporariamente, a prisão da sua solidão e alcançar uma união superior que transceda a sua vida individual e reencontre a reconciliação através de outrem, o que tantas vezes conduz à idéia que temos de felicidade".

4 comments:

osbandalhos said...

"O amor (e também o amor maternal)"... vá lá, não parece bem esquecermos os filhos.
Mas se o amor é a solução, porque não amar? Não entendo muito a teoria, confesso. Parece-me, quando olho à volta, que um grande amor não compensa um grande fardo mais tarde, pelo que no futuro, cada vez mais, mais gente deverá viver só. Pode ser que não. Pouco me interessa. Sabe cada um de si. Ou devia saber.

**** said...

Quando o passado nos persegue é tramado ver as coisas doutra forma. Compreendo-te.
Ninguém falou em "grande amor", é a tua vontade talvez (:
Tens de tratar dessa amargura sob pena de perderes o melhor da vida - ela própria!

osbandalhos said...

Para lá do que cada um ama, ou não ama, quem ama, e como ama, a minha discordância com a ideia é que eu não penso que a solidão seja uma prisão. O resto, da Margarida ou de mim, é blá blá blá :))

**** said...

O amor do texto, seja do meu ou do da Margarida, refere-se "ao próximo".
Cada um interpreta o que lê como lhe dá mais jeito (: