Monday, September 17, 2007

Sinais






Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
o antes, o agora e o depois
por que você me deixa tão solto?
por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus segredos e planos secretos
só abro pra você mais ninguém
por que você me esquece e some?
e se eu me interessar por alguém?
e se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
é claro que a gente cuida
fala que me ama
só que é da boca pra fora

ou você me engana
ou não está madura
onde está você agora?

[Caetano Veloso]

Faz tempo que suei as estopinhas a dançar esta música.
Momento alto para o nosso grupinho quando na Kapital o DJ a punha a rolar, era ela e nós. Rolavamos e deixavamos o encanto da letra e do som remisturado, elevar a nossa ainda firme e hirta energia.
Imaginam agora ao tempo que isto foi! (:

Há dias voltei a ouvi-la. Na rádio. Na versão original.
Ontem de novo. Noutro canal bem distinto.
Hoje tropeço num site, ou melhor num blog em que lá estava ela: bem escarrapachada a letra.
Obrigou-me a pensar porque raio levo uns anos sem ouvir a música e numa semana não oiço outra coisa!

Coincidências, sim acredito nelas, mas também acredito que se dermos atenção a certos pormenores, a certas coisinhas que achamos estranhas talvez encontremos mais razão e mais "pica" para darmos sentido à vida... ou quem sabe, passar a percepcionar nelas os famigerados sinais.


2 comments:

osbandalhos said...

Só ouvi a música. Achei que era um desperdício dançá-la. Ouve o Caetano - Acústico, em silêncio, com atenção e deixa-te ir ficando. A dança será de neurónios. Uma valsa, diria :)

E por falar em Caetano, aqui vai outra letra. Se não conheces, procura-a. Se não encontrares, diz-me. Fá-la-ei chegar a ti.

Vaca Profana

Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da man...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Segue a "movida Madrileña"
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Paus, Punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horiz...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los "puretas"

Quero que pinte um amor Bethânia
Stevie Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s blues
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca das divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas

Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo, um grande amor perdi
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas, estamos aí
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas estamos a...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha cara
Nada de leite para os caretas

Mas eu também sei ser careta
De perto, ninguém é normal
Às vezes, segue em linha reta
A vida, que é "meu bem, meu mal"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us plau"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Deusa de assombrosas tetas
Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas...

**** said...

Faz-me chegar. Agradeço.

Neurónios são poucos, mas suficientes para a valsa :)