Acabou de cair pela escada abaixo, vinda do andar de cima, uma miúda com uns 4 anitos.
Não morreu nem partiu nenhum osso (e ainda bem, claro) mas de ficar toda negra, já não se livra.
Está agora ali a chorar baba e ranho e convenhamos que não é para menos já que a moçinha galgou de cabeça, 2 valentes lanços de escada.
Bom, é certo que isto já fez acabar a festa: havia festa no andar de cima.
Aliás, faz 4 dias que há festa no andar de cima.
Etnia africana, não cigana.
Tudo isto fez reavivar o meu velho enigma: as várias formas de se reagir à morte de um familiar ou ente querido nas várias culturas.
Em síntese, com todo o devido respeito e pêsames à família, partilho convosco.
Na semana passada faleceu o patriarca do andar de cima; carpidou-se; lamentou-se; velou-se o corpo.
No dia seguinte estava um papel afixado na porta da escada (entrada do prédio) informando hora e local do funeral.
Nesse mesmo dia após a cerimónia - que foi Sábado, as lamúrias e lamentações deram lugar ao arrasto de móveis e uma azáfama de gente num entra e sai como nunca vi.
Fez muito calor toda a semana e como tinham sempre a porta aberta (até porque a casa era pequena para a quantidade de gente que se reuniu) toda a vizinhança pode acompanhar, mesmo que involuntariamente, o desenrolar do processo.
De seguida, foi o tilintar de copos, o manusear de pratos e o cheiro a cozinhado (delicioso diga-se de passagem).
Só não houve música, mas a alegria era tal que se existe vida além da morte acredito que o falecido vizinho estivesse bem contente.
Assim se despedem familiares e amigos na hora do último adeus.
Não morreu nem partiu nenhum osso (e ainda bem, claro) mas de ficar toda negra, já não se livra.
Está agora ali a chorar baba e ranho e convenhamos que não é para menos já que a moçinha galgou de cabeça, 2 valentes lanços de escada.
Bom, é certo que isto já fez acabar a festa: havia festa no andar de cima.
Aliás, faz 4 dias que há festa no andar de cima.
Etnia africana, não cigana.
Tudo isto fez reavivar o meu velho enigma: as várias formas de se reagir à morte de um familiar ou ente querido nas várias culturas.
Em síntese, com todo o devido respeito e pêsames à família, partilho convosco.
Na semana passada faleceu o patriarca do andar de cima; carpidou-se; lamentou-se; velou-se o corpo.
No dia seguinte estava um papel afixado na porta da escada (entrada do prédio) informando hora e local do funeral.
Nesse mesmo dia após a cerimónia - que foi Sábado, as lamúrias e lamentações deram lugar ao arrasto de móveis e uma azáfama de gente num entra e sai como nunca vi.
Fez muito calor toda a semana e como tinham sempre a porta aberta (até porque a casa era pequena para a quantidade de gente que se reuniu) toda a vizinhança pode acompanhar, mesmo que involuntariamente, o desenrolar do processo.
De seguida, foi o tilintar de copos, o manusear de pratos e o cheiro a cozinhado (delicioso diga-se de passagem).
Só não houve música, mas a alegria era tal que se existe vida além da morte acredito que o falecido vizinho estivesse bem contente.
Assim se despedem familiares e amigos na hora do último adeus.
Culturas tão distintas apenas a dois lanços de escada e no entanto, tanta celeuma causou junto dos restantes vizinhos que fraca abertura têem para aceitar e respeitar que cada um tem direito e é livre de fazer o luto que assim bem entender.
Quem tem razão?
Eles, que na sua crença se regozijam pelo familiar finalmente encontrar o descanso e partir para o paraíso prometido ou nós, que nos definhamos em tristeza e saudade pelo familiar que nos deixou sós?
Saber lidar com a morte - esse eterno enigma do conhecimento. Qual a verdade? Interessa conhecê-la?
Entretanto, a moçinha já se calou...
Quem tem razão?
Eles, que na sua crença se regozijam pelo familiar finalmente encontrar o descanso e partir para o paraíso prometido ou nós, que nos definhamos em tristeza e saudade pelo familiar que nos deixou sós?
Saber lidar com a morte - esse eterno enigma do conhecimento. Qual a verdade? Interessa conhecê-la?
Entretanto, a moçinha já se calou...
7 comments:
Etnias...
Quem tem razão é o Quim, o que quer que ele pense sobre o assunto. Afinal, a morte não é mais do que a natureza ordenando-nos para abrandar. :))
Lá o que é creio que todos sabemos, agora como lidar com isso?
Essa é que é a questão!
O respeito... o respeito pela diferença, o respeito pela igualdade.
A tolerância.... a tolerância com os que nos estão próximos, tolerância com os que nos estão mais afastados.
Apenas não pode haver respeito ou tolerância pela estupidez
Numa postura mais samaritana, até pela estupidez pode haver tolerância.
Já que até os estúpidos são filhos de Deus... (:
Agora respeito por eles, isso é outra conversa.
Só não evolui quem não quer e etapas de crescimento há muitas, basta querer começar, mesmo que devagarinho.
Quando questionas quem tem razão, estás a admitir a unificação da razoabilidade.
Acho que cada um terá a sua razão, lá bem no fundo, e, desde que ela não interfira em directo na esfera do próximo, quem tem com isso ?
Não vivemos sózinhos Notyet, não é tão simples quanto isso.
A sociedade, a cultura a que pertencemos ou mesmo que involuntariamente seguimos, ensina-nos e mostra-nos como reagir a isto ou aquilo.
Não obstante, há quem se esqueça do fundamenal para todas elas (culturas) e para todas as questões: respeito.
O fulcral é encontrar a forma de sofrer menos com a perda do ente querido, que na sociedade onde pertenço, me ensina a sofrer muito, horrores até se for alguém chegado... e porquê?
Não será melhor como aconteceu no andar de cima?
É. O fulcro está aí no imensurável sofrimento. Sinto o meu e não me atrevo a julgar o do outro.
Nem existe relevância na comparação.
A sua expressão pode ir do choro convulsivo ao riso incontido; da violência à passividade.
Resta aceitar e respeitar.
Quanto a não vivermos sózinhos ?!?!
Duvido. Ressalvada a aparência.
Post a Comment